A Internet só existe porque o TCP/IP existe. Entenda o que está sigla significa e como ela permite que a rede mundial funcione

Se você é um webmaster ou webdesigner e não entende como a rede funciona, certamente não pode aproveitar todos os recursos oferecidos. E, para desvendar a Web, é necessário entender o protocolo TCP/IP.
O TCP/IP refere-se a um conjunto de regras que faz dois computadores comunicarem-se pela rede e permite que arquivos sejam compartilhados entre eles. O TCP/IP é estruturado por camadas: são quatro níveis de controle, começando desde um protocolo para gerenciar a parte física da placa de rede até o protocolo de aplicação, que é o software que usa os recursos da rede, como os browsers.
O TCP é a terceira camada e o IP, a segunda. A quarta camada, chamada de aplicação (os programas) funciona com protocolos como o FTP (transferência de arquivos), HTTP (navegadores), POP (e-mails) e muitos outros.

Teoria complexa

As três últimas camadas são as que mais interessam para quem ganha a vida na Web. Elas trabalham uma para outra. Isto é, o IP (Internet Protocol, Protocolo da Internet) identifica e conecta as máquinas (através do endereço IP), o TCP (Transmission Control Protocol, Protocolo de Controle de Transmissão) faz o controle da troca de mensagens ou arquivos e a aplicação utiliza os arquivos ou mensagens trocadas. Poderíamos dizer que a Internet mesmo vai até a camada IP. O TCP e a aplicação usam os recursos oferecidos pelo IP para trocar os arquivos.
Essa é a forma mais simples de entender o conjunto TCP/IP. Entretanto, compreender bem o que o TCP faz é o mais importante.
O TCP é responsável pela divisão do arquivo ou mensagem solicitada, através da camada de aplicação, em datagramas. Além de dividir, o protocolo também cuida do reagrupamento e retransmissão dos datagramas perdidos. O IP, que conhece todas as rotas possíveis, faz o roteamento dos datagramas (retira e entrega os pacotes). A tarefa de roteamento não é muito fácil na Internet, pois a ligação pode exigir que o datagrama atravesse várias redes até chegar ao seu destino. A interface entre o TCP e o IP é simples: a camada TCP entrega à camada IP um datagrama de cada vez, não havendo nenhuma relação entre o datagrama atual e os anteriores. Cada datagrama TCP traz um cabeçalho com informações que permitem gerenciar o conteúdo (reagrupar os pedaços do arquivo e controlar as partes perdidas).

Prática Fácil

Para entender o funcionamento do TCP/IP, imagine que a camada de aplicação escreve uma carta com 40 folhas. Entretanto o TCP só tem envelopes (datagramas) que permitem enviar duas folhas por vez. O TCP quebra a carta em 20 datagramas, e coloca cada um deles em um envelope. A seguir, escreve o endereço e a ordem no envelope (isto é, o cabeçalho) e entrega-os ao IP. Este é o carteiro, que usa as redes conectadas mundialmente para entregar
os envelopes.
Quando os envelopes chegam, o TCP do destino organiza todos eles. Se algum veio rasgado (bytes faltando) ou não chegou, ele envia uma mensagem para o TCP de origem solicitando o envelope perdido. Quando todos os envelopes terminam de chegar, o TCP agrupa os datagramas e entrega à camada de aplicação do destinatário a carta completa.
O carteiro da história, o IP, tem uma camada abaixo dele: a Network Access. Pense que a Network Access são os caminhões, aviões, estradas e tudo mais usado pelos correios para transportar os envelopes. Por isso o IP também coloca um cabeçalho no envelope para garantir que o roteamento (transporte) seja feito até o endereço de destino correto. A Network Access possui um protocolo muito importante, o ARP (Address Resolution Protocolo, Protocolo para Resolução de Endereço). Suponha que o sistema A (endereço 192.168.200.10) deseje enviar uma mensagem para o sistema B (endereço 192.168.200.20). A primeira coisa a ser feita é verificar se o sistema B está na mesma rede do A. Essa verificação é feita pelo ARP em sua tabela. Se o endereço IP 192.168.200.20 existe, o ARP exibe o endereço Ethernet e envia a mensagem para este endereço.
Caso o endereço Ethernet do sistema B não esteja na tabela, o ARP irá solicitar à rede o endereço. Basicamente, um pedido ARP consiste no envio de uma mensagem simples Preciso do endereço Ethernet do IP 192.168.200.20 para todos os sistemas da rede. Quando o sistema B escutar esta mensagem ele responde dizendo O sistema com endereço IP 192.168.200.20 tem o endereço Ethernet 10:20:12:0:1:56. A partir daí, o ARP inclui na tabela o
novo endereço.

Isso é o básico

Entretanto, o procedimento do ARP é utilizado quando os sistemas estão na mesma rede. Quando se deseja acessar um site que está num sistema Y, o processo ganha mais uma ajuda: o DNS (Domain Name System, Sistema de Domínio de Nomes). O DNS converte o nome de um site em um IP. Existe uma espécie de sub-rede DNS, formada por protocolos específicos, que permite aos vários servidores de DNS do planeta conversarem e trocarem informações entre si, até encontrar o IP desejado.
Toda vez que o TCP/IP é configurado, duas informações são indispensáveis: o servidor de DNS e o Gateway. Este é a conexão entre a sua rede local e a rede mundial. É a ponte, assim quando você precisa acessar algo fora da rede local, o ARP já sabe que deve procurar o Gateway. A partir daí são acessados sucessivos Gateways da Internet até encontrar a rede local que tem o IP que deve
ser acessado.


Como funciona o TCP/IP

O TCP/IP é o conjunto de protocolos responsável pelo funcionamento da rede mundial. São quatro camadas diferentes, cada uma responsável por uma parte da troca de mensagens e arquivos entre os sistemas. A camada IP faz todo o roteamento, ela é quem localiza e entrega os pacotes. O TCP cria, reparte, reagrupa e controla o envio dos pacotes. A aplicação faz a utilização dos arquivos trocados pelo TCP. A camada mais baixa, a Network Access, fica responsável apenas pelo controle do dispositivo de rede.
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